Era uma vez, há muitos anos atrás uma feliz e saudável criancinha quando num dia acordou e não conseguia andar. Durante aquele mesmo dia foi perdendo os movimentos todos do corpo, situação que se manteve durante alguns meses.
Há 20 anos atrás, não se sabia tanto como hoje e sendo assim várias diagnósticos foram feitos sem que se conseguisse alguma vez perceber o porquê daquilo que realmente se estava a passar. Após seis meses numa cadeira de rodas e após 15 dias ligada a um ventilador, chegou-se à conclusão de que se tratava de uma doença chamada Guillain Barré. Seguiram-se anos de fisioterapia, várias cirurgias de correcção que nunca lhe trouxeram a normalidade da vida que tinha. Esta criança foi tão mimadinha, meu deus. Pelos pais, pelos avós, pelas tias e mesmo pela irmã mais novinha, que coitadinha, viu a atenção toda direccionada para ela. Foi muito amada, fizeram por ela tudo aquilo que poderia ter sido feito e ela orgulha-se muito de quem fez tudo isso por ela. E acredita que tudo isso também fez dela uma pessoa melhor, humilde, terra a terra.
E pois é, esta pessoa também viu-se obrigada a vida inteira a ter de lidar com algumas pessoinhas um bocadinho lá atrás no tempo. Quero com isto dizer: algumas pessoas sempre olharam para ela como se ela nunca conseguisse realizar os seus sonhos, nunca conseguisse ser independente, nunca conseguisse ser a mulher que hoje é. Não esperavam mais nada que não fosse: o não conseguir ser, o não conseguir fazer. Erraram.
1)(Para a mãe) Coitadinha , tens uma filha para ti. (Coitada que nunca se casaria e por isso não teria vida LOOOL)
E hoje lembrei-me de alguns comentários direccionados a esta menina (que hoje já é uma mulher) e que por a terem marcado pelo lado cómico não poderão nunca ser deixados de contar e lembrar.
Então vamos a lista:
2)Tadinha, já nasceu assim. (Em conversa com outras como se lá estivessem no nascimento e por sinal soubessem, quando tudo aconteceu só aos quatro anos)
3)Conheço uma pessoa assim também. (Das piores, mas “assim como”? What do u mean? Não sabes nada)
4)És irmã daquela doentinha da perninha que anda assim? (exemplificação feita neste momento pelo sujeito em questão). Resposta: Não, esta é a que você está a falar neste momento e não anda assim, quer que lhe mostre? Pensamento do sujeito: (deve ter sido) Quero um buraco para me esconder.
5)Mas a melhor do dia, do ano, de sempre é (TXARAM): Ela é assim mas é tão alegrinha! Lol, ganhou, não há aqui mais nada que se comente, ela é alegrinha, pronto é feliz e bem disposta, MESMO (reparem) sendo “assim”, opah, é genial, porque tudo o que ela não devia fazer era sorrir e sair de casa.
Come on...
E esta menina, sou eu.
1 comentário:
Sabes q és a minha heroína, desde os meus 2 aninhos! E essa minha admiração por ti ficou maior qdo tinhas 9 anos, depois aos 13, aos 18, aos 22... e continua!
Pq foram, estes momentos dificeis que te tornaram na mulher que és hoje!
Cheia de força, cheia de garra, de coragem...
Obrigada por seres assim!
Serás sempre a minha heroína...
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